Perigo é duas vezes maior quando há a combinação de tabaco e o uso de anticoncepcionais
A enxaqueca é um dos tipos de dor de cabeça que se manifesta com uma dor pulsátil em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de sensibilidade à luz e ao som, além de inquietação, náusea e vômito. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o problema afeta cerca de 14% da população entre 18 e 65 anos, sendo mais frequente no público feminino.
Segundo a ginecologista de São Paulo, Dra. Maria Elisa Noriler, a predisposição das mulheres sofrerem com o problema é, na grande maioria, explicada pela oscilação do hormônio estrógeno, que acontece no período fértil. “Por essa ligação com o ciclo reprodutivo, a enxaqueca tende a piorar no período pré-menstrual e no primeiro trimestre da gravidez. E melhoram, em alguns casos, após a menopausa”, explica a especialista.
De acordo um estudo publicado no The British Medical Journal, mulheres que sofrem de enxaqueca com aura (aquela na qual a pessoa é acometida por distúrbios visuais que podem se caracterizar pelo surgimento de flashes de luz) têm risco 73% maior de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)
isquêmico. O perigo se torna duas vezes maior quando há a combinação de cigarro e o uso de anticoncepcionais.
Segundo o coordenador da Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular e coordenador das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro, Dr. Élcio Pires Junior, o risco acontece porque os hormônios presentes em alguns contraceptivos hormonais podem desencadear a formação de pequenos coágulos de sangue, que podem favorecer o entupimento dos vasos sanguíneos. Já o cigarro pode estimular o desenvolvimento de aterosclerose, que é o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas.
Por esses motivos, ambos especialistas são unânimes em alertar que pacientes que sofrem com enxaqueca devem procurar um tratamento médico preventivo adequado, que deve incluir também a adoção de hábitos de vida mais saudáveis que podem ajudar amenizar os efeitos do problema e evitar complicações mais graves no futuro.