Doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis se tornou um problema preocupante já que no Brasil a incidência de contaminação é alta. Sua transmissão se dá de uma pessoa para outra durante o sexo sem preservativo com o indivíduo infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou o parto.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, do Ministério da Saúde, durante 2014 e 2015 houve um aumento dos casos de sífilis: a adquirida cresceu 32,7%, em gestantes o aumento foi de 20,9% e a congênita (quando o bebê adquire a doença da mãe) chegou a 19% de crescimento.
A sífilis na gestação é um problema perigoso já que a bactéria tem a capacidade de ultrapassar a placenta atingindo o feto. “As consequências que ela pode trazer vão desde aborto, natimortalidade, nascimento com baixo peso e até parto prematuro. Além disso, após o nascimento, o bebê pode apresentar cegueira, malformações no cérebro, alterações ósseas e lábio leporino”, explica a ginecologista e obstetra de São Paulo, Dra. Maria Elisa Noriler.
Para evitar que ela afete o bebê o indicado é que as gestantes realizem um pré-natal adequado, que inclui três exames para sífilis: um no início da gestação, um no terceiro trimestre e outro logo antes do parto. Parceiros de grávidas e mulheres que estão tentando engravidar também devem realizar o exame. Caso a sífilis seja confirmada, o tratamento é realizado pelo obstetra de acordo com a gravidade e tempo de contaminação.
“Quanto à prevenção da sífilis, de forma geral, o conselho é fazer sempre o uso do preservativo nas relações sexuais. Mulheres que suspeitam que tenham contraído a doença devem consultar rapidamente seu ginecologista para a realização de exames necessários para o diagnóstico e, em caso de confirmação de contaminação, o tratamento adequado para evitar complicações à saúde e aumentar as chances de cura”, finaliza a especialista.